Escala de Mudança Percebida pelos Familiares

Escala de Mudança Percebida pelos Pacientes

Avaliação da Satisfação da Equipe Sobrecarga dos profissionais dos serviços de saúde mental
Avaliação da Satisfação dos Usuários Avaliação da Satisfação da Família

Avaliação das Mudanças Percebidas pelos Familiares em Função do Tratamento

 


Apresentação:

 

Os instrumentos de medida descritos aqui se referem à avaliação da satisfação e da sobrecarga sentidas pelas pessoas envolvidas com os serviços de saúde mental. A prática de avaliar os serviços de saúde mental tem sido estimulada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) nos últimos anos, com o objetivo de garantir a qualidade dos serviços. Neste tipo de avaliação, estimula-se a participação das diversas pessoas envolvidas com os serviços de saúde mental, ou seja, os usuários, seus familiares e os profissionais da equipe de trabalho, afim de se obter uma avaliação mais global destes serviços. Avalia-se, em particular, a percepção destes três atores sobre os serviços, em termos do grau de satisfação e do grau de sobrecarga sentidos por eles em relação aos serviços de saúde mental.

O trabalho de validação e adaptação destes instrumentos de medida, foi realizado através da colaboração de três autores principais: a professora Dra. Marina Bandeira do Laboratório de Pesquisa em Saúde Mental da UFSJ, a professora Dra. Ana Maria Fernandes Pitta do Laboratório de Investigações em Saúde Mental da USP e a pesquisadora Dra. Celine Mercier do Centro Colaborador da OMS em Montreal para Pesquisa e Formação em Saúde Mental (Montreal Collaborating Centre for Research and Training in Mental Health), afiliado à McGill University e situado no Douglas Hospital, em Montreal, Canada.

Os instrumentos de medida foram inicialmente adaptados para o Brasil como parte de um estudo multicêntrico coordenado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em 20 países, que consistiu no projeto WHO-SATIS da OMS, realizado sob a direção do Dr. José Bertolote. Os questionários originais haviam sido elaborados pela Divisão de Saúde Mental da OMS, em Genebra, juntamente com um protocolo de pesquisa, que foi complementado no Brasil. Estes questionários foram então traduzidos e adaptados para a cultura brasileira pelo Laboratório de Investigações em Saúde Mental da Universidade de São Paulo, sob coordenação da Dra. Ana Maria Fernandes Pitta, que procedeu igualmente à coleta de dados para validação da maioria dos questionários, no contexto deste estudo multicêntrico.

Os instrumentos de medida foram então analisados, através de um estudo estatístico de suas propriedades psicométricas, realizado por Marina Bandeira e Celine Mercier, no Centro Colaborador da OMS em Montreal para Pesquisa e Formação em Saúde Mental, como parte do trabalho de pós-doutoramento da primeira autora, com financiamento do CNPq e posterior trabalho de pesquisa.

Um trabalho final de uniformização dos questionários foi realizado pelas três autoras citadas acima com o objetivo de se obter escalas de medida curtas, uniformes, fáceis de serem aplicadas e pouco dispendiosas, além de pertinentes para o contexto brasileiro. Esta adaptação consta da uniformização de todos os itens sob forma de uma escala ordinal tipo Likert de 5 pontos, com a mesma ordem ou direção destas gradações, a reformulação da redação das questões sob forma interrogativa aberta, assim como a eliminação de questões descritivas não-pertinentes ao contexto brasileiro e a inclusão de questões qualitativas e descritivas que foram julgadas, por consenso, como pertinentes. O consenso sobre as questões descritivas e qualitativas foi obtido através do acordo entre as três autoras e partir de uma apreciação por parte de um comitê composto por cinco especialistas brasileiros de diferentes regiões do país, membros do Comitê Técnico Científico em Saúde Mental do Ministério da Saúde

No caso particular da Escala de Avaliação da Satisfação da Família com os Serviços de Saúde Mental, dois outros pesquisadores participaram do trabalho de validação transcultural. A coleta de dados foi realizada por Maria Madalena Amado Libério, coordenadora do Projeto dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), da Secretaria de Saúde do Município do Rio de Janeiro, no contexto de sua dissertação de mestrado no Instituto de Psiquiatria (IPUB) da UFRJ. A análise estatística das qualidades psicométricas da escala, efetuada pela Dra. Marina Bandeira e Dra. Celine Mercier , contou com a valiosa participação do pesquisador Dr. Michel Perreault do Centro de Pesquisa do Douglas Hospital, afiliado a McGill University.

As escalas apresentadas aqui podem ser copiadas e usadas em estudos de avaliação de Serviços de Saúde Mental no Brasil. É importante lembrar de não modificar o formato dos questionários, as questões, as instruções ou a forma de aplicação. A uniformização das condições de aplicação das escalas visa assegurar a comparabilidade dos resultados obtidos em diversos serviços de saúde mental do Brasil.

Estimulamos as pessoas a informarem nossa Equipe de Estudo da Satisfação em Serviços de Saúde Mental (SATIS-br), através de e-mail à Dra. Marina Bandeira, bandeira@ufsj.edu.br, quando usarem as escalas aqui apresentadas. Estimulamos igualmente as pessoas a nos enviar seus dados, para que possamos efetuar análises mais globais das escalas e eventualmente estabelecer, no futuro, normas brasileiras de avaliação do grau de satisfação em serviços de saúde mental. Somente a partir de um grande número de dados de diferentes regiões do país poderemos determinar estas normas, que servirão como parâmetros para a interpretação dos resultados obtidos na avaliação de um determinado Serviço em particular.

As escalas devem ser aplicadas em uma amostra representativa de pessoas para que o serviço seja avaliado de forma apropriada. No caso de usuários e familiares, uma seleção aleatória simples de uma amostra das pessoas que frequentam o serviço seria o mais indicado. Este procedimento visa evitar erros de amostragem (ex. evitar entrevistar apenas os que mais frequentam o serviço). No caso dos profissionais,  todos deveriam participar, quando a equipe não é muito numerosa, como geralmente ocorre.  No caso de um amplo serviço,  pode-se selecionar amostras representativas de estratos  (ex. por tipo de função ou unidade de trabalho).

Informações mais detalhadas sobre o estudo de validação e adaptação das escalas de avaliação aqui apresentadas podem ser encontradas nos artigos publicados, citados abaixo. Um artigo em andamento descreve a pesquisa de validação da Escala de Avaliação da Satisfação das Famílias dos Usuários com os Serviços de Saúde Mental. O estudo a respeito da sobrecarga sentida pelas famílias dos usuários também está em andamento. As referências citadas nas descrições das escalas podem ser encontradas nos artigos abaixo.

Artigos sobre as pesquisas de validação das escalas:

Bandeira M, Pitta AMF, Mercier C. (1999). Escalas da OMS de avaliação da satisfação e da sobrecarga em serviços de saúde mental. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 48 (6) : 233-44.

Bandeira, M., Pitta, AMF e Mercier, C. (2000). Escalas Brasileiras de Avaliação da Satisfação (SATIS-BR) e da sobrecarga (IMPACTO-BR) da equipe técnica em serviços de saúde mental. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 49 (4): 105-115.

Bandeira, M. Pitta, AMF, Mercier, C (2000). Escala de avaliação da satisfação dos usuarios em servicos de saude mental: SATIS-BR. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, vol. 49, N.8, pp. 293-300

Bandeira, M., Mercier, C., Perreault,M., Libério, M.M A e Pitta, AMF (2000). Escala Brasileira de Avaliação da Satisfação dos Familiares em Serviços de Saúde Mental: SATIS-Br. (2002). Jornal Brasileiro de Psiquiatria, 51(3):153-166.