ESCALA DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA PARA PACIENTES COM ESQUIZOFRENIA: QLS-BR 

 

DESCRIÇÃO DA ESCALA

 A escala QLS-BR tem como objetivo geral avaliar a qualidade de vida de pacientes não hospitalizados, com diagnóstico de esquizofrenia, independente da presença ou ausência de sintomatologia produtiva ou necessidade de hospitalização. Ela investiga as limitações na vida do paciente, resultantes de déficits psicopatológicos ou de personalidade, avaliando a experiência pessoal dos pacientes, a qualidade de suas relações interpessoais e sua produtividade em papéis ocupacionais.

A escala QLS-BR é composta por um total de 21 itens, distribuídos em três fatores, que englobam informações sobre a sintomatologia e o funcionamento do paciente nas três últimas semanas. Através da escala são avaliados os seguintes aspectos descritos nos três fatores: Fator 1 = Rede Social; Fator 2 = Nível Ocupacional e Fator 3 = Funções Intrapsíquicas e Relações Interpessoais.

Os itens referentes à Rede Social avaliam a qualidade e a frequência do contato com familiares e amigos, incluindo perguntas sobre participação ativa ou passiva, investigando ainda a diminuição do contato social até tendências ao afastamento completo.

Os itens relativos ao Nível Ocupacional levam em consideração questões relacionados ao trabalho formal e informal. Inclui questões referentes ao grau de funcionamento, grau de aproveitamento de habilidades e oportunidades, satisfação do paciente com seu desempenho ocupacional atual e ainda perguntas sobre a utilização do tempo.

Já os itens relacionados às Relações Interpessoais e Funções Intrapsíquicas, consideram aspectos que vão da avaliação da quantidade ou frequência do contato social, até julgamentos mais complexos como a capacidade de intimidade. Alguns itens se referem ao funcionamento cognitivo e afetividade que são aspectos considerados como núcleo da esquizofrenia. São ainda avaliados os objetivos de vida, a curiosidade e o envolvimento em atividades sociais comuns.

Cada item da escala inclui três partes. Primeiro, há uma breve exposição sobre o item, com o objetivo de ajudar o entrevistador a compreender o parâmetro a ser avaliado. Em seguida, algumas perguntas são sugeridas, para que o entrevistador as utilize na entrevista, buscando avaliar o item. Por último, há uma grade de cotação com 7 pontos, onde o entrevistador deve se orientar para pontuar o item avaliado. Alguns destes pontos contêm descrições, outros não. O entrevistador deve circular o número escolhido nesta grade utilizando a ficha final de escores. Este procedimento deve ser utilizado para os 21 itens da escala.

 

TRADUÇÃO E ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL DA ESCALA

A tradução foi feita por um especialista em tradução de instrumentos na área das ciências humanas e da saúde, sendo depois analisada em um painel de especialistas bilíngue. As questões foram ajustadas e/ ou reformuladas a partir de um estudo piloto junto à população-alvo, visando a adaptação da escala à realidade brasileira. Posteriormente, foi feito a retrotradução por um tradutor independente, que foi analisada em um segundo painel bilíngue, incluindo a participação de um dos autores da escala original Dr.W.T. Carpenter. A análise da retrotradução demonstrou que a escala QLS-BR mantinha os objetivos e as características da escala original (2).

O estudo das qualidades de medida da escala foi realizado em uma amostra de 123 pacientes ambulatoriais do SERSAM Divinópolis-MG com diagnóstico confirmado de esquizofrenia. Os testes utilizados para avaliar as qualidades psicométricas da escala indicaram que a versão em português da escala QLS possui índices adequados de validade e confiabilidade, o que justifica sua utilização no contexto brasileiro (3).

 

CÁLCULO DOS ESCORES DE QUALIDADE DE VIDA

Para avaliar a qualidade de vida global dos pacientes, calcula-se a média aritmética dos valores obtidos nos 21 itens que compõem a escala. Esta média, que varia de 0 a 6, indicará o escore de qualidade de vida obtido pelo sujeito. Quanto maior o escore, melhor será a qualidade de vida.

Por outro lado, se quisermos avaliar a qualidade de vida em relação aos aspectos específicos da vida do paciente, calcula-se a média das respostas obtidas em cada um dos 3 fatores da escala. Desta forma, para se avaliar a Rede Social (Fator 1), calculamos a média dos escores obtidos nos itens 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7. Quanto mais esta média se aproximar de 6, melhor será a qualidade de vida com relação a este aspecto. Para avaliar o Nível ocupacional (Fator 2), calcula-se a média dos escores obtidos nos itens: 9, 10, 11, 12 e 17.

Quanto ao Funcionamento Intrapsíquico e Relações Interpessoais (Fator 3), podemos avaliá-lo calculando a média dos escores nos seguintes itens: 8, 13, 15, 18, 19, 20 e 21.

Quando os itens 1 e 12 tiverem sido marcados com a nota técnica (9), estes itens deverão receber escores equivalentes à média dos demais itens que compõem os seus respectivos fatores. Por exemplo: Quando o item 1 (Relacionamentos íntimos com membros da casa) for marcado durante a entrevista com a nota técnica 9, porque o item não se aplica a um paciente que mora sozinho, este item deverá receber posteriormente um escore correspondente à média dos demais itens do seu fator (Fator 1: Rede Social). Para isto, deve-se calcular a média dos itens 2, 3, 4, 5, 6, 7 referentes à Rede Social e o valor encontrado deverá ser utilizado como escore para o item 1. Do mesmo modo, quando o item 12 (Satisfação com o funcionamento ocupacional) for avaliado com a nota técnica (9), este item deverá receber um escore equivalente à média dos itens 9, 10,11 e 17, que compõem o fator 2 (Nível Ocupacional) e o valor encontrado deverá ser usado como o escore do item 12. Os valores assim calculados deverão ser incluídos no cálculo do escore global de qualidade de vida e nos cálculos dos escores dos fatores.

 

INTERPRETAÇÃO DOS ESCORES

- 0-1 Prejuízo grave no item ou fator;

- 2-4 Considerável prejuízo no item ou fator;

- 5-6 Funcionamento normal ou inalterado.

 

REFERÊNCIA DA ESCALA ORIGINAL

1 -  Heinrichs DW, Hanlon TE, Carpenter WT. The quality of life scale: an instrument for rating the schizophrenic deficit syndrome. Schizophrenia Bulletin, v. 10. p. 388-398, 1984.

 

2 - Cardoso C. S. et al. Escala de qualidade de vida para pacientes com esquizofrenia QLS-BR: Adaptação transcultural para o Brasil. Jornal Brasileiro de Psiquiatria, Rio de Janeiro, v. 51, n.1, p. 31-38, 2002.

 

3 - Cardoso C.S. Adaptação transcultural para o Brasil de uma escala de qualidade de vida para pacientes com esquizofrenia: Escala QLS. 2001. 146f. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública, Área de concentração em Epidemiologia) – Programa de Pós-Graduação da Faculdade de medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

 

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Escala QLS - BR

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CARTILHA SOBRE DIABETES MELLITUS
 
 
 
O Projeto intitulado “Estratégia individual para EmpoderamentoFarmacoterapêutico de pacientes com Diabetes Mellitus”foi desenvolvido pelo Grupo de Pesquisas em Epidemiologia e Avaliação de Novas Tecnologias em Saúde teve como objetivo elaborar e avaliar o uso de uma estratégia individual de empoderamentofarmacoterapêutico para pacientes com Diabetes Mellitus cadastrados no sistema HIPERDIA, no município de Divinópolis, MG. A Cartilha sobre Diabetes foi elaborada como uma das ferramentas a serem utilizadas no estudo e contempla as ações necessárias à educação para o autocuidado em Diabetes Mellitus propostos pela Associação Americana de Educadores em Diabetes (American Associationof Diabetes Educator – AADE), em 2007. O instrumento depois de elaborado foi submetido a uma validação de conteúdo utilizando Técnica de Delphi por especialistas em Diabetes Mellitus de diferentes áreas: endocrinologia, enfermagem, educação física, farmácia, medicina, nutrição e psicologia e considerado adequado. Posteriormente, o instrumento foi submetido à avaliação de pacientes que contribuíram para a versão final da cartilha.
 
 
 
A “Cartilha sobre Diabetes” possui seis tópicos que englobam informações gerais sobre Diabetes Mellitus, Mudanças no Estilo de Vida (importância da alimentação saudável e prática de atividade física), estímulo e interpretação dos dados de monitorização glicêmica, tratamento medicamentoso, informações sobre prevenção, detecção e tratamento de complicações agudas (hipoglicemia, cetoacidose diabética, estado hiperosmolar) e complicações crônicas da doença (incentivo ao cuidado com os pés e saúde bucal).
 
 
 
A cartilha foi escrita em linguagem simples para compreensão de toda população e estimula o paciente a procurar sempre orientações e assistência à saúde. O instrumento pode servir também como um guia de consulta para os pacientes terem sempre ao seu alcance.
 
 
 
A cartilha possui também um complemento denominado “Cartilha de Medicamentos para Diabetes” que contempla os objetivos do tratamento, as metas para controle da glicemia e informações sobre os principais medicamentos utilizados para o controle da Diabetes. Além disso, há informações sobre a aplicação correta da insulina, fichas para controle dos medicamentos e diários de monitorização glicêmica.
 
 
 
Os instrumentos descritos podem ser visualizados e baixados nos links abaixo. Os autores autorizam o uso do conteúdo, em todo ou em partes, desde que devidamente citado a fonte.

 

 

 

 

 



 


Última atualização: 02/08/2016