Aprovada política de cotas para a Pós-graduação na UFSJ

Publicada em 20/09/2022

O Conselho Universitário (Consu) aprovou ontem, 19 de setembro, por unanimidade, a política de implementação de cotas na inserção de alunos de Pós-graduação stricto sensu na UFSJ.

A política de ações afirmativas inclui pessoas negras (pretas e pardas), indígenas, quilombolas, com deficiência e em situação de vulnerabilidade social, como pessoas trans (transgêneros, transexuais e travestis), refugiados, ciganos ou outros.

O relator responsável por apresentar a proposta foi o professor do Departamento de Artes da Cena (DEACE), Adilson Roberto Siqueira, que comemora a aprovação, fruto de muitos anos de luta por políticas públicas que têm como objetivo promover a igualdade de oportunidades e a inclusão social dessa população.

Entre outros pontos, a proposta considera que as ações afirmativas em cursos de graduação da UFSJ criam demanda por uma maior qualificação profissional e acadêmica, sendo importante que haja continuidade de políticas no nível da Pós-graduação para compensar integralmente as desigualdades.

As Ações Afirmativas da UFSJ constituem instrumento de promoção dos valores democráticos e de respeito à diferença e à diversidade socioeconômica e étnico-racial, mediante atos e condutas de ampliação do acesso aos seus cursos de Pós-graduação, e de estímulo à permanência na Universidade.

O reitor, professor Marcelo Andrade, ressaltou a importância da aprovação da política de cotas, agora para a pós-graduação, não como um favor, mas como uma reparação de uma injustiça histórica.” É uma conquista do movimento negro, uma continuidade das políticas de ações afirmativas”. Marcelo enfatizou o pequeno número de professores negros na instituição, assim como o baixo número de técnicos pretos e pardos. “Isso levanta o amplo debate desse tema, em todo o serviço público, e a UFSJ deve ser acessível a todos e todas.” O professor afirma ainda, a importância de se aprender com as diferenças: “O encontro das diversidades traz uma nova cultura. Estamos num momento de construção coletiva, e esse é um grande aprendizado e uma luta de todos nós.”

A vice-reitora Rosy Ribeiro fez questão de enaltecer a importância de termos um reitor negro na UFSJ, “ isso é um orgulho e uma conquista do povo preto!” Como pesquisadora, acredita que “a adoção do sistema de cotas para o ingresso nos cursos de stricto sensu traz novas perspectivas, não só do ponto de vista daqueles que vão acessar a esse novo patamar, mas também dos próprios pesquisadores, já estabelecidos, que serão instigados a um arejamento e a um novo olhar”, concluiu.