Marlon de Paula, artista egresso do Jornalismo, em cartaz com Erosão

Publicada em 05/08/2022

Sou Marlon de Paula, nasci em Timóteo, no Vale do Rio Doce, Minas Gerais. Antes de ingressar na UFSJ, me formei técnico em Química, no CEFET-MG. Durante minha graduação em Comunicação, comecei a estreitar laços com as Artes Visuais, a partir das aulas de fotografia da professora Kátia Lombardi, e participando de algumas residências com o Coletivo Sem Eira Nem Beira, formado por alunos da UFSJ. Hoje eu atuo como fotógrafo e artista visual.

Escolhi Comunicação Social por ser um curso que, desde criança, eu sonhava em fazer. Durante a graduação, fiz também o curso técnico de ator no Teatro da Pedra e participei de diversos programas de extensão do curso de Teatro da UFSJ.

Minha trajetória na UFSJ foi interdisciplinar. Eu puxava disciplinas de outros cursos que me interessavam: Arquitetura, Filosofia, Psicologia, Teatro e Geografia. Consegui perambular por toda a Universidade, conhecer professoras e professores de outros departamentos e ampliar as possibilidades da minha formação. Durante o Inverno Cultural, trabalhei como repórter, oficineiro e artista, e isso, sem dúvida, foi de grande importância na minha carreira. Pude criar assim um intercâmbio com outros profissionais.

Se eu pudesse dizer algo para um futuro estudante universitário, diria para se aventurar a fundo na UFSJ e na cidade. Boaventura de Souza Santos tem um conceito que considero base para a nossa formação humana, o conceito da “ecologia de saberes”. Significa entender que todo saber, seja estruturado dentro ou fora da Academia, pode trazer respostas e soluções para uma série de problemas que enfrentamos no âmbito social, econômico, emocional ou ambiental. Abraçar os saberes que circulam ao nosso redor é deslocar nossa vida para outras realidades, é potencializar nossa capacidade de imaginar nossa vida e o mundo, ações que se tornam muito potentes na nossa formação acadêmica e humana.

Exposição virtual
Por meio do XVI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, Marlon desenvolveu o projeto Erosão, realizado ao longo de seis meses entre os municípios de São João del-Rei, Santa Cruz de Minas e Tiradentes. O projeto documenta as transformações morfológicas na paisagem do Campo das Vertentes, após mais de 300 anos de urbanização, desde o início das primeiras povoações, no século XVIII. A exposição, fruto dessa pesquisa, caminha entre fotografias documentais e de livre criação, contando com 62 imagens que retratam territórios marcados pela expansão urbana, erosão de solos e desmatamento. A exposição fica virtualmente em cartaz até o dia 30 de setembro, em www.exposicaoerosao.com.

“O trabalho procura entender como o legado colonial impacta a relação entre a sociedade e o território. Minas Gerais carrega uma herança extrativista muito forte, associada ao ciclo do ouro nos séculos XVII e XVIII. O meu desejo por essa investigação se baseia em documentar como essa tradição exploratória é ainda presente na contemporaneidade, ela rompe o tempo histórico e molda pensamentos e ações na paisagem hoje”, relata Marlon.