Pesquisador da UFSJ alerta para risco de extinção de plantas carnívoras

Publicada em 17/12/2020

Um quarto de todas as espécies de plantas carnívoras do mundo pode estar em risco de extinção devido às mudanças climáticas, coleta ilegal, desmatamento para agricultura, mineração e ao desenvolvimento urbano. A conclusão é de um novo estudo publicado por pesquisadores da Universidade de Curtin e Jardim Botânico de Victoria, ambos na Austrália; Herbário de Munique, da Alemanha; e Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ). O representante brasileiro na equipe é o professor do Departamento de Ciências Exatas e Biológicas (Deceb), do Campus Sete Lagoas, Paulo Sérgio Minatel Gonella.

Doutor em botânica pela USP e há 14 anos trabalhando em pesquisas em torno das plantas carnívoras, ele afirma que estas plantas predadoras obtém nutrientes por meio de adaptações especializadas que as permitem atrair, capturar e matar suas presas – principalmente moscas e outros pequenos insetos, mas,.ocasionalmente, até mesmo pássaros e pequenos mamíferos.

As plantas carnívoras ocorrem no mundo todo. No Brasil, são mais de 100 espécies, a maioria encontrada em Minas Gerais. De maneira geral, plantas carnívoras geralmente ocorrem em habitats extremamente sensíveis e, com frequência, em locais sob conflito direto com atividades humanas.

Publicações

A pesquisa internacional das carnívoras gerou o artigo “ Conservation of carnivorous plants in the age of extinction (Conservação de plantas carnívoras na era da extinção)”, que foi publicado neste mês de dezembro no periódico internacional Global Ecology and Conservation. Entre outros dados, segundo Paulo Gonella, o artigo sintetiza as informações sobre conservação dessas plantas e serve de alerta para o perigo que correm essas espécies no planeta.

O pesquisador da UFSJ também acaba de publicar o artigo intitulado “Hidden biodiversity of Amazonian white-sand ecosystems: two distinctive new species of Utricularia (Lentibulariaceae) from Pará, Brazil (Biodiversidade escondida dos ecossistemas de areia branca da Amazônia: duas singulares espécies novas de Utricularia (Lentibulariaceae) do Pará, Brasil)”. O mesmo foi publicado, também em dezembro, no no periódico internacional Phytokeys.

Para o professor Gonella, esses artigos são muito importantes para a UFSJ. ”Eu sou novo na Universidade, mas entendo que é importante que ela realize essa pesquisa, uma vez que tem campi muito bem situados em Minas Gerais, que é o mais rico em espécies de carnívoras”.


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