Um trabalho que faz a diferença

Publicada em 26/10/2020

“É um trabalho que me permite fazer a diferença na vida do outro.” Assim a Assistente em Administração da UFSJ, Janaína de Araújo Braga, define o papel dela na instituição e na sociedade. Filha de servidor público, Janaína foi chamada para trabalhar na Universidade em 2016, após aprovação em concurso público, mas sua relação com a UFSJ vem desde a graduação. Foi na Federal de São João del-Rei que ela se formou em Ciências Econômicas e que cursa, hoje, o Programa de Pós-Graduação em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação (Profnit). “Ao lado da enorme importância para o meu desenvolvimento profissional, como servidora e aluna, a UFSJ tem grande importância também na minha vida pessoal, pois foi ao regressar para a Universidade que a vida me deu de presente pessoas que quero comigo para sempre.”

A entrada na UFSJ como servidora mudou, de alguma forma, sua visão sobre o servidor público, sobre o seu papel na sociedade?
Estar na UFSJ, lotada inicialmente em uma coordenação de curso (Medicina/CDB), mudou completamente a visão que eu tinha do que é o serviço público. Na Universidade passei a conviver diariamente com aqueles que seriam os usuários do meu serviço. Eu não imaginava que viveria uma realidade em que numa hora você está ajudando alguém a resolver um problema, por exemplo, a matrícula em alguma disciplina e, num segundo momento, estaria recebendo essa mesma pessoa numa situação de completa vulnerabilidade, porque estava com saudades de casa e precisava de cinco minutos de conversa. O contato com as pessoas na Universidade vai além da simples resolução de problema e entrega de resultados. É um trabalho que me permite fazer a diferença na vida do outro.

Como é sua relação com alunos, com outros servidores?
Assim como me sinto feliz em ajudar um aluno, também é gratificante fazer a diferença no dia de um servidor. Eu já precisei do apoio da equipe da PROGP em momentos delicados por que passei, e a forma como agiram comigo fez toda a diferença para que eu me sentisse mais tranquila e acolhida. Quando passei a fazer parte da PROGP [Janaína trabalha no Setor de Registro, o Sereg/PROGP], levei comigo essa ideia do quanto nosso trabalho ultrapassa a simples resolução de questões estritamente burocráticas e ligadas aos sistemas. A cada atendimento, temos a chance de tornar mais leve o fardo que cada um leva consigo.

Em que momentos, nesses anos como servidora, você mais se sentiu realizada?
O sentimento de realização vem sempre que você consegue solucionar o problema trazido por alguém. Destaco, com um carinho especial, o momento em que fui agraciada com o Prêmio Guimarães Rosa, na categoria “colaborador interno”, escolhida por votação dos próprios alunos. O prêmio ratificou que realmente fiz um bom trabalho e que, de alguma forma, fiz a diferença na passagem deles pela Universidade.

Em algum momento pensou em desistir?
Fui convidada para um trabalho financeiramente mais vantajoso, mas a vinda para a UFSJ havia me proporcionado coisas que não podem ser recompensadas apenas com dinheiro. Além do lado profissional, o ingresso na Universidade me proporcionou ganhos na vida pessoal que não podem ser mensurados monetariamente.

Antes da UFSJ, você trabalhava longe de sua cidade, de sua família. Como foi lidar com isso?
Eu meu trabalho anterior, a distância e o horário não me permitiam estar em casa durante todo o fim de semana. Isso pesou muito na decisão de prestar concurso, pois hoje tenho a facilidade de retornar para casa [em Barbacena] todos os dias. É cansativo ficar cerca de duas horas e meia por dia na estrada, mas não há nada como estar com a família, em casa. Estar tão perto facilita também o convívio com os amigos que mantenho na minha cidade natal.

Trabalhar numa Universidade durante a pandemia: quais as dificuldades e quais os estímulos?
Hoje trabalho num setor fundamental para todos nós e que não pode parar. Sem o Sereg não há o pagamento dos servidores. A vida funcional não pode parar, estamos nos esforçando ao máximo para manter as rotinas como se estivéssemos em “tempos normais”. Não foi fácil adaptar um local dentro de casa para virar o posto de trabalho, fazer a família entender que há um horário a ser cumprido e que, embora esteja com eles em casa, estou trabalhando. Mas saber que toda a vida funcional do servidor, desde seu ingresso, os afastamentos, progressões e até a exoneração passam por nós, e que nosso trabalho gera grande impacto na vida dessas pessoas, não nos deixa desistir e nos impulsiona a redescobrir como fazer esse trabalho, nesse momento tão singular, da melhor forma possível.

Sua história na UFSJ vai além do trabalho técnico. Como você conheceu a instituição e, de lá para cá, o que ela tem representado para você?
Desde meados do Ensino Médio comecei a pesquisar sobre os cursos oferecidos pela UFSJ. Ingressei em Ciências Econômicas pensando em atuar numa instituição financeira. Naquela época, eu nunca imaginei que faria parte do quadro de servidores da UFSJ. Após passar pelo estágio no banco e perceber que aquele não era o caminho que eu queria seguir, especializei-me em gestão empresarial e, durante muitos anos, trabalhei nessa área em algumas instituições do Sistema S. A UFSJ surgiu de novo na minha vida como oportunidade de trabalhar mais perto de casa. Hoje, sou servidora da Universidade e também aluna do Profnit. Ao lado da enorme importância para o meu desenvolvimento profissional, como servidora e aluna, a UFSJ tem grande importância também na minha vida pessoal, pois foi ao regressar para a Universidade que a vida me deu de presente pessoas que quero comigo para sempre.