Matéria do portal UOL destaca professor da UFSJ

Publicada em 04/08/2020

Luiz Gustavo Martins da Silva, professor do Departamento de Tecnologia em Engenharia Civil, Computação, Automação, Telemática e Humanidades (DTECH), foi destaque em matéria publicada na editoria Ecoa, na terça-feira, 28, pelo portal de notícias UOL. O texto se intitula Peixes migradores caíram 76%; destruir barragens antigas pode ser a solução. Escrita pelo jornalista Rodrigo Bertolotto (ONG Ecoa), que promove ações de preservação do meio ambiente, a reportagem trata das conclusões de um novo relatório produzido em parceria por organizações internacionais de pesquisa na área. O estudo foi organizado pela World Fish Migration Foundation (WFMF) em conjunto com as renomadas World Wildlife Fund (WWF), The Nature Conservancy (TNC), Zoological Society of London (ZSL) e a International Union for Conservation of Nature, tendo o pesquisador da UFSJ como “o principal colaborador” no Brasil e representante da América do Sul.

Atuando na UFSJ desde 2010, o professor Luiz Gustavo é biólogo, doutor em Engenharia Mecânica e pós-doutor em Meio Ambiente pela Charles Sturt University, da Austrália. Seus trabalhos científicos investigam a relação entre diversos aspectos biológicos dos peixes de água doce face aos impactos causados pela construção e funcionamento de usinas hidrelétricas. Com mais de 16 anos de experiência, suas pesquisas abordam também os impactos na fauna de peixes (ictiofauna) por outros empreendimentos para uso de água, como canais de irrigação.

O contato do professor com a World Fish Migration Foundation se deu a partir de pesquisas e de eventos. “Na verdade, minha inserção com a WFMF começou efetivamente ao participar de congressos internacionais e de um programa desta fundação, que atua na produção de eventos que levam às populações dos cinco continentes informações sobre projetos na área de conservação da fauna aquática nos rios do planeta”, explica. Além de disponibilizar sua produção científica, em 2014 Luiz Gustavo realizou em São João del-Rei, com apoio da entidade, um dia de conscientização sobre a preservação do ecossistema dos rios.

UOL
O professor da UFSJ, que leciona nos cinco cursos de graduação do Campus Alto Paraopeba (CAP) e no Programa de Pós-Graduação em Tecnologias para o Desenvolvimento Sustentável e em Ecologia, considera como “muito interessante e importante” a divulgação realizada pelo portal UOL. “A WFMF tem como principal objetivo garantir a amplitude global dos trabalhos nesta área. Assim que o relatório final dos estudos ficou pronto, eles iniciaram um trabalho significativo de divulgação dos resultados na grande mídia internacional, ressaltando suas principais conclusões. Essa matéria veio desse esforço”, destaca. Luiz Gustavo considera que a divulgação científica é parte essencial do processo de preservação do meio ambiente. “É fundamental levar à sociedade em geral as pesquisas que estão sendo feitas e seus resultados. E, mais que isso, é preciso garantir visibilidade às ameaças e problemas que a natureza tem enfrentado em diferentes partes do mundo”, conclui.

A publicação do relatório foi realizada também no último dia 28 pela WFMF e está disponível para download gratuito no site da Fundação. Confira a seguir, um breve texto, elaborado pelo professor Luiz Gustavo, que resume as informações principais do relatório e suas preocupantes conclusões.

Índice Living Planet (LPI) para peixes migradores de água doce
“Uma parceria global envolvendo pesquisadores de instituições de todos os continentes do planeta avaliou o status de populações de peixes de água doce monitorados através do Living Planet Index desde de 1970. Os resultados dessa ação conjunta foram surpreendentes e alarmantes. Globalmente, as populações de peixes migradores monitoradas declinaram 76% entre 1970 e 2016. Em média, os declínios de espécies migradoras de peixes foram mais pronunciados na América Latina e Caribe (84%), e Europa (93%). Entre as principais ameaças aos peixes migradores encontram-se a degradação e perda de habitats, construção de usinas hidrelétricas, mudanças climáticas, poluição e sobrepesca. Notadamente, em rios como da bacia Amazônica na América do Sul, Mekong e Irrawady no sudeste Asiático, esses declínios representam preocupação, não apenas com a qualidade das águas dos nossos cursos d’água e com a conservação das espécies de peixes, como também com as populações ribeirinhas que dependem, em muitas regiões, de peixes como sua principal fonte de proteína. Esses dados informam, claramente, que não podemos continuar o uso e alteração de nossos cursos d’água, na América do Sul e no mundo, nas taxas registradas atualmente. Apesar de alarmantes, o estudo mostra que existem soluções possíveis, mas que dependem de ações imediatas, coordenadas com a sociedade e através de políticas públicas efetivas. Por exemplo, a Europa iniciou um amplo programa para remoção de barragens obsoletas de seus rios e que tem sido um grande sucesso para recuperação dos ambientes impactados.”

Leia mais

  • No Portal UOL

https://www.uol.com.br/ecoa/ultimas-noticias/2020/07/28/peixes-migradores-cairam-76-destruir-barragens-antigas-pode-ser-solucao.htm

  • Na National Geographic

https://www.nationalgeographic.com/animals/2020/07/migratory-freshwater-fish-decline-globally/