Inclusão: professoras da UFSJ recebem prêmio na Câmara dos Deputados

Publicada em 09/10/2019

No último dia 18, duas professoras e pesquisadoras da UFSJ receberam, na Câmara dos Deputados em Brasília, o Prêmio Brasil Mais Inclusão na edição de 2019. A professora do Departamento das Ciências da Educação Física e Saúde (DCefs) Andréa Carmen Guimarães e a professora Departamento de Psicologia (DPsic) Maria Nivalda de Carvalho-Freitas foram agraciadas com o Mérito Darci Barbosa, que destaca personalidades e entes federados.

Tanto Andrea quanto Maria Nivalda atuam na inclusão de pessoas com deficiência através de projetos de pesquisa e extensão na UFSJ. Andréa trabalha com a temática na área do exercício físico há mais de uma década e ressalta a importância de Universidade e sociedade trabalharem em conjunto para que as pessoas com deficiência estejam cada vez mais presentes. “Ainda existe muito preconceito e exclusão, mas o nosso papel aqui é fazer com que cada vez mais a inclusão possa acontecer e as pessoas com deficiência possam estar na comunidade, se fazerem mais presentes e se sentirem incluídas.”

Para a professora Maria Nivalda, que pesquisa sobre a questão da inclusão de pessoas com deficiência no trabalho desde 2002, “as pessoas com deficiência são uma demonstração viva de que é possível enxergar com os ouvidos, com o tato; é possível ouvir com as mãos; é possível caminhar pela vida de inúmeras maneiras e também compreender a vida de inúmeras formas” e, por isso, é preciso que haja mais discussão e ações em torno deste tema. “Se olharmos para o que ainda temos de caminhar enquanto sociedade e possibilidade de inclusão no mercado de trabalho, veremos que estamos muito longe do que poderíamos ser”, comenta.

Projetos

Observando as dificuldades das pessoas para se exercitarem, a professora Andrea desenvolveu aparelhos de musculação especiais que atendem às necessidades específicas deste público. Segundo Andrea, “os aparelhos que foram criados dão acesso às pessoas com mobilidade reduzida, pessoas com deficiência e também às que não tem nenhum tipo de deficiência, então é a possibilidade de que as pessoas possam ter academias acessíveis, inclusivas”. Em conjunto com a UFSJ, foi possível levar o trabalho à frente: “conseguimos patentear todos os aparelhos e estamos agora na parte de finalização do portfólio para que as pessoas possam visualizar e ter acesso a eles”.

Já a professora Maria Nivalda, juntamente com o Núcleo de Pesquisa em Acessibilidade, Diversidade e Trabalho (Nace), pesquisa sobre os fatores que podem contribuir para explicar as maiores ou menores possibilidade de inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho e na educação, tanto pelo ponto de vista das próprias pessoas com deficiência quanto de seus gestores e professores. “Temos realizado pesquisas empíricas e também buscado contribuir para uma maior conceituação e caracterização dos processos de inclusão e exclusão. Temos buscado compreender as dificuldades, mas também identificar os fatores que contribuem para as experiências bem-sucedidas de inclusão” detalha Maria Nivalda.

Prêmio Brasil Mais Inclusão

A premiação é destinada a personalidades e entidades que tenham realizado ações para a inclusão de pessoas com deficiência ou que tenham elas mesmas exemplos de vida e superação. Os participantes concorrem a partir de indicações que podem ser feitas por deputados, senadores e pela sociedade civil. O prêmio é dividido duas categorias: Mérito João Ribas, em que empresas, ONGs e Oscips concorrem, e Mérito Darci Barbosa, em que os indicados por parlamentares disputam a premiação.

A premiação confirma a importância das pesquisas, dos projetos de extensão e das ações da Universidade em parceria com agências de fomento e com a comunidade. Segundo Maria Nivalda, “o mais importante foi ver que o resultado de nosso trabalho pode chegar antes de nossa presença física nos lugares” e o fato do primeiro contato com as pesquisadores ter sido por meio de suas pesquisas. “Elas não nos conheciam, não sabiam que existíamos, que existia o Nace, mas os resultados publicados tiveram impacto no trabalho delas”, comenta. Para a professora “isso é bacana demais e reforça a importância da publicação de nossas pesquisas, que são financiadas com recursos públicos, por meio das agências de fomento, principalmente a Capes, o CNPq e a Fapemig”.

Para a professora Andrea, a premiação é um marco em sua carreira, a valorização de um trabalho feito há mais de 12 anos. “É uma trajetória de humanização, e as pessoas conseguirem ver que o trabalho que eu e uma equipe de profissionais e bolsistas muito boa fazemos é realmente efetivo e tem realmente um significado para toda comunidade”, celebra.

O Prêmio Brasil Mais Inclusão é uma homenagem ao Dia Nacional da Luta de pessoas com deficiência, comemorado no dia 21 de setembro.