Uma data centenária de conquistas sociais

Publicada em 01/05/2024

O feriado de Primeiro de Maio representa, por si só, uma conquista histórica dos trabalhadores. A data foi estabelecida após uma greve geral pela jornada de oito horas, reprimida com brutalidade em Chicago, nos Estados Unidos, no ano de 1886, com a morte de seis pessoas. Em 1889, a Segunda Internacional dos Trabalhadores decidiu estabelecer essa data comemorativa como marco das lutas dos trabalhadores por seus direitos. Hoje, a jornada de oito horas é respeitada na legislação trabalhista mundial.

Esse preâmbulo histórico sobre essa data centenária precisa ser recordado como forma de nos ensinar sobre a formação do Estado do Bem-Estar Social nas sociedades adiantadas do capitalismo e na periferia dos centros mundiais, particularmente com o avanço das reivindicações e revoltas dos trabalhadores no período do Entreguerras. Essas conquistas nunca foram uma dádiva, mas concessões forçadas diante dos conflitos de interesses de classes.

A mesma construção, que custou tantas lutas aos assalariados, vem sendo ameaçada pela ganância das grandes corporações financeiras, que comandam a economia mundial.

Nesse dia, mesmo assim, temos muito a comemorar numa perspectiva de longo tempo, mas também muito a recear num contexto mundial conflituoso e que insiste na direção de governos com pouca sensibilidade à situação precária de grande parte de seus povos.

Como herdeiros desse processo histórico, que se reconstrói incessantemente na resistência e reivindicações de direitos, nos inserimos nesse Primeiro de Maio na defesa de nosso inestimável patrimônio público, que são as universidades federais, promotoras da inclusão social de nossos alunos e geração de conhecimento científico, bem como pela defesa da dignidade salarial dos técnicos e docentes da UFSJ.

Continuemos nossa História, que sempre foi de resistência!

Afonso de Alencastro Graça Filho
Pró-reitor adjunto de Pesquisa e Pós-Graduação